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'Área neutra': Comércio é usado por facções em execuções e desova de rivais

Corpo foi encontrado próximo à sede da Polícia Federal nesta segunda-feira (9)

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 9 de junho de 2025 às 13:30

Corpo foi encontrado em lixeira no Comércio Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Apesar de chocante, o caso do corpo encontrado em uma lixeira no bairro do Comércio, a cerca de 150 metros da sede da Polícia Federal em Salvador, não é o primeiro e nem surpreende. Três meses antes da desova desta segunda-feira (9), em fevereiro, um corpo com as mesmas características foi deixado na Avenida Jequitaia, embaixo de um viaduto de frente para o Mercado do Peixe. Entre os dois crimes, em março, traficantes do Comando Vermelho (CV) executaram um homem ainda no Comércio, na frente da Praia da Preguiça.

Três casos brutais registrados em quatro meses que provocam uma questão: por que no Comércio? A resposta, para uma fonte policial ouvida pela reportagem, é simples. “Ali é uma área neutra”, explica. Uma característica ideal para esse tipo de crime. “Quando uma facção mata alguém, de preferência, não faz isso na sua área. Então, quando é possível, colocam em áreas de rivais. Quando não é, pegam uma região deserta e que não possam encontrar rivais no caminho”, afirma o PM, que prefere não se identificar ao detalhar os crimes para a reportagem.

Corpo esquartejado foi encontrado em lixeira no Comércio por Arisson Marinho/CORREIO

O caso desta segunda vai ser investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), assim como aconteceu em fevereiro. Uma fonte que mora na região explica que, na época, até câmeras foram usadas para desvendar o crime. “Eles foram na igreja que tem ali na entrada para o viaduto que dá o à Via Expressa e pediram as câmeras para puxar as imagens porque chegaram de carro para deixar o corpo. O pessoal foi ver, eu nem quis saber, mas todo mundo confirmou que a pessoa estava toda cortada no saco”, fala o morador, que pede que seu nome seja preservado.

Levantar as imagens das câmeras tem a ver com uma das principais características de crimes do tipo, como fala um investigador. “Na maioria dos casos assim, os traficantes chegam e saem rápido da cena do crime. Então, eles aparecem de carro e, nesse caso, jogam o corpo em uma lixeira ou até no chão mesmo. No caso da Preguiça, de março, levaram o cara para fuzilar ele na rua. A gente já estava monitorando os responsáveis e, no dia seguinte eles foram alcançados no tiroteio que todo mundo soube”, lembra o policial, que fala sob anonimato.

Homem foi morto a tiros na frente da Praia da Preguiça Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O caso citado pela fonte é o tiroteio em horário de pico na Avenida Paralela que deixou um suspeito e uma mulher mortos. No caso, quatro criminosos abandonaram um carro no meio do trânsito e trocaram tiros com policiais. O mesmo veículo, segundo investigações, foi usado em um ataque em Itinga horas antes do tiroteio e na execução registrada na frente da Praia da Preguiça no dia anterior, na Avenida Contorno. Todos os suspeitos eram integrantes do Comando Vermelho (CV) e atuavam como ‘homens de bonde’, realizando execuções e desova em diferentes pontos da cidade, assim como foi realizado no Comércio nos casos lembrados nessa reportagem.

Procurada para falar sobre a situação, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou que as rondas continuam sendo intensificadas pela 16ª CIPM, destacando que ações preventivas são apoiadas pela CIPT/Rondesp BTS e por outras unidades da Polícia Militar, convencionais e especializadas. A corporação ainda ressalta que é imprescindível que qualquer situação que fuja à normalidade seja informada pelo 190 ou 181 (disque-denúncia) para que a PM encaminhe guarnições ao local.