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Agro mostra sua força e cobra mais eficiência do governo

Mais de 20 mil pessoas aram pela Bahia Farm Show no primeiro dia aberto ao público

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 10 de junho de 2025 às 17:00

null Crédito: Sora Maia/CORREIO

O agronegócio inteligente está conectado ao meio ambiente. Esta foi a grande mensagem da abertura oficial da Bahia Farm Show, nesta terça-feira (dia 10). A cerimônia foi também uma demonstração da força do agronegócio na região Oeste da Bahia para as mais de 100 mil pessoas que devem circular pelo espaço até o próximo sábado, dia 14 – no fim da manhã desta terça, mais de 20 mil pessoas já haviam ado pelo local.

Além de colocar em destaque a agenda de sustentabilidade, o agro apresentou às autoridades presentes os desafios enfrentados pelo setor econômico para continuar a crescer. O produtor rural Moisés Schmidt, que é presidente da Bahia Farm Show e da Associação Baiana de Produtores e Irrigantes (Aiba), destacou a importância da feira para a região. “Estamos falando de um evento que é símbolo de transformação, coragem e compromisso com o futuro, que marca o encontro entre a tradição e o que há de mais moderno em tecnologia”, destacou.

Schmidt explicou que o conceito de “agro inteligente”, grande mote da Bahia Farm Show este ano, aparece tanto nos modernos equipamentos e sensores utilizados pelos produtores da região, quanto pelo uso racional e sustentável dos recursos naturais, como a água e o solo. “O produtor entendeu que produzir bem é produzir com responsabilidade e que ser mais sustentável não é uma promessa, é um caminho”, disse. Ele lembrou que a Bahia concentra o maior polo de produção irrigada de milho e sorgo, evidenciando práticas sustentáveis por parte dos agricultores.

O presidente da Aiba lembrou ainda que com este compromisso, o Oeste promoveu o único evento preparatório para a COP30 voltado para o bioma do cerrado.

Moisés Schmidt fez questão ainda de ressaltar que o relacionamento entre os produtores e as autoridades públicas é de grande respeito, mas de “cobranças firmes” também. “Eu aproveito para fazer um chamamento firme e respeitoso por segurança jurídica, agilidade em licenciamentos e o reconhecimento do esforço que o setor já faz”, afirmou. “O agro é 30% do PIB (Produto Interno Bruto) da Bahia, é um motor de crescimento e inclusão. Precisamos que o papel seja reconhecido”, pediu.

Mais do que comemorar os resultados da safra atual, apesar dos desafios climáticos enfrentados, os produtores rurais querem construir as soluções que irão garantir um futuro promissor para a atividade, destacou Alessandra Zanotto, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). “Nossa cadeia produtiva está comprometida com o futuro”, destacou. Ela lembrou que a produção agrícola no Oeste da Bahia envolve centenas de milhares de pessoas, gerando renda, ocupação e valorização social.

“Ainda temos muito potencial para desenvolver”, ressaltou Alessandra Zanotto, antes de fazer um apelo. Segundo ela, ainda há um grande potencial para aumentar o uso da irrigação com responsabilidade e sustentabilidade. Destacando o compromisso com o meio ambiente, ela falou sobre a importância da integração lavoura-pecuária. “Esta é mais uma oportunidade, principalmente com o uso do caroço de algodão para a alimentação animal. Podemos ser base para uma pecuária moderna e tecnificada”, defendeu.

Um dos potenciais mais claros que o Oeste possui é para o desenvolvimento da indústria têxtil, com o aproveitamento das fibras de algodão de altíssima qualidade produzidas na região. Para Alessandra Zanotto, neste caso é importante que se realizem investimentos não apenas para ampliar a oferta de energia, mas para garantir um suprimento de qualidade. Ela lembrou ainda da necessidade de melhorias na estrutura logística da região, da oferta de crédito com mais agilidade e de mais eficiência nos processos de licenciamentos e outorgas de recursos naturais. “O Oeste da Bahia é um exemplo de como meio ambiente e o agro podem caminhar juntos. Mais de 80% das lavouras baianas são certificadas pelo Programa Algodão Brasileiro Sustentável”, lembrou.

Zirlene Pinheiro, vice-presidente da Fundação Bahia, lembrou da importância dos investimentos em tecnologia para o desenvolvimento do campo. “A Bahia Farm Show representa a força e a união do agro. Formamos uma irmandade institucional que fomenta o desenvolvimento sustentável, com tecnologia e produção com sustentabilidade. Cada projeto é uma semente lançada para o bem da nossa região”, avaliou.

O secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barroso, falou bastante sobre parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, mas ressaltou a necessidade falar sobre questões ambientais. Em um recado aos dirigentes de órgãos ambientais no estado, ele afirmou que os produtores são comprometidos com o meio ambiente e pediu análises mais eficientes dos processos de licenciamento. “Nenhum dos agricultores que formaram esta terra desrespeitam o meio ambiente. Precisamos de ações mais eficientes para andarmos a os mais largos”, defendeu.

Barroso lembrou de um estudo realizado pela Universidade de Viçosa que indica um potencial maior para o uso da água do aquífero de Uruçuca, que é a principal fonte de recursos hídricos da região. “Este estudo foi muito importante porque permite diminuir a distância entre os poços e mesmo assim garantir um uso sustentável da água. Começamos a monitorar o aquífero, que é algo que pode, pelo menos, dobrar o ritmo de crescimento da região”, disse o secretário.

O diretor institucional da Neoenergia Coelba, João Paulo Rodrigues, afirmou que a empresa vai investir na região Oeste mais de R$ 2 bilhões até o ano de 2027. Segundo ele, a Bahia foi o destino de 30% dos investimentos que a empresa de energia fez no ano ado. “Até 2027, a gente vai dobrar a capacidade energética do Oeste. Esta é uma região de pessoas desbravadoras e que empurram o Brasil para a frente”, ressaltou.

Pelo segundo ano consecutivo, o governador Jerônimo Rodrigues reconheceu que a necessidade de duplicação da BR-242 entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Segundo ele, o governo federal deve publicizar o processo de concessão, que prevê a duplicação, a construção de anéis rodoviários e viadutos. O governador ainda reconheceu o comprometimento dos produtores rurais do Oeste com o meio ambiente e também a necessidade de mais segurança para garantir investimentos.

A cobertura da Bahia Farm Show 2025 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da AIBA.