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Músico acusado de profanar igreja fala em intolerância: 'Construída com o sangue dos meus ancestrais'

Repertório de show na igreja incluía referências de religiões de matriz africana

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 11 de junho de 2025 às 11:28

 Sérgio Pererê
Sérgio Pererê Crédito: Reprodução

O músico Sérgio Pererê usou suas redes sociais para rebater críticas que recebeu após se apresentar dentro da Igreja Nossa Senhora das Dores, em Ouro Preto (MG), no início de junho. A reação veio após um vídeo publicado por uma página religiosa no Instagram, que classificou a performance como “blasfêmia” e “sacrilégio”, acusando o artista de profanar o templo por não ser cristão e trazer referências de religiões de matriz africana em seu repertório.

Segundo o jornal O Estado de Minas, a apresentação aconteceu no dia 1º de junho como parte da programação do projeto “Fado em Cidades Históricas”. No palco, Pererê interpretou canções do álbum “Canções de Bolso”. Dois dias depois, o artista publicou um vídeo com trechos do show, destacando uma das músicas executadas: “Kassumai Keb”, composta na língua Diola após uma viagem à Guiné-Bissau em abril deste ano. “Lá fui batizado, após um teste ancestral, com o nome Kulalu Bamai”, contou ele na legenda.

As críticas vieram nesta segunda-feira (10), por meio do perfil “Guerreiro da Santa Igreja”, que questionou a presença de Pererê em um templo católico. “O artista é livre para fazer o show que ele quiser, mas fora da igreja católica, já que ele não é cristão. Ele se diz espiritualista, mas as músicas dele são denominadas ‘samba de preto velho’ ou ‘conversas de terreiro’, entre outras barbaridades”, afirmou uma narradora no vídeo publicado. A legenda acompanhando a postagem descreveu a apresentação como “profanação”.

A resposta do cantor foi direta. Ele classificou o conteúdo como impregnado de intolerância religiosa e racismo. “Enquanto artista negro, filho de benzedeira e rei no Congado, é muito legítimo ocupar o espaço de uma igreja. Afinal, é sabido que as igrejas das cidades históricas de Minas Gerais foram construídas com a força, o coração e o sangue dos meus ancestrais”, escreveu.

Segundo Pererê, o ataque não o atinge pessoalmente, mas precisa ser exposto publicamente. “A crítica feita a mim não me atravessa, porque caminho há muito tempo, na minha trajetória pessoal e artística, consciente do que eu proponho, do que eu acredito e de como meu trabalho chega às pessoas. Contudo, acho extremamente importante trazer esse ataque a público para que possamos refletir sobre o racismo e a intolerância religiosa e buscar cada vez mais forças para, juntos, combatê-los”, afirmou.